sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

AMOR DE CARNAVAL

O emocionante do carnaval é quando vingam as histórias de amor depois da folia. 
Apesar de o mundo dizer o contrário nessa época do ano, uma vez romântica, sempre romântica, fazer o quê?
Convenhamos, a ideia de que “ninguém é de ninguém” já começa um pouquinho antes dos dias de festa, o clima eufórico está presente nas semanas quentes de verão regadas a caipirinha e samba alto.
 
É só sobre o hedonismo que escutamos quando os blocos saem e a cachaça, o suor e a serpentina tomam conta das ruas. É carnaval... “Amor sem compromisso.”  
Mas é preciso dizer que, entre o “vem ni mim que eu to facinho” e a ressaca dos confetes... “Hum… daqui poderia nascer algo a mais”. Ou não? Existe espaço para um amor no carnaval? Ou relacionamentos duradouros só começam com as águas de março?
Cada um, escondido em seus adereços e fantasias, deixa sair o bufão que existe dentro de si. No bloco na Vila Madalena, mulheres adultas brincavam de atirar água e espuma, umas nas outras, como se fossem crianças. Leves e alegres. Será que, como Chico disse, as pessoas “desatinam” quando a brincadeira acaba e “toda cidade anda esquecida da falsa vida da avenida”? Não sei. Mas que é bonito quando um amor vinga no carnaval, é. Conheço um casal muito lindo e querido que se conheceu no meio da folia. Ela dizia “imagina que ele vai me ligar”; e ele pensou “imagina que ela vai se lembrar de mim”. Aí… que ele ligou. E ela se lembrou. E, este ano, eles levaram a Isabela, de 6 meses de idade, a seu primeiro bloco de carnaval.
As batidas do bloco de samba ou batuque de axé viraram uma macia bossa-nova. As fantasias estão no porta-retrato na sala de estar. 
A bebedeira e a intensidade daquele carnaval deram espaço para a calmaria... Os dois mascarados viraram namorados.
Roberta

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